sexta-feira, 23 de abril de 2010

excruciating emptiness

excruciating pain... asfixiating silence. Esta tortura a que me proponho, a que me ofereço. Esse teu silencio, atraver-me-ia a chamar-lhe desprezo. Deveria? Talvez. Injustiça, dirias tu. Talvez, argumentaria. E tentaria arrancar-te as palavras que anseio ouvir, sugaria todas as que saissem dos teus labios ou dos teus dedos, mesmo que fossem vazias, mesmo que não dissessem mais do que aquilo que são, vira-las-ia do avesso para lhes sugar os sentidos que não lhes dás.
Silencio. Eu que ainda ha pouco afirmei gostar de silencios. Mas este pesa-me. Toneladas. Pesa-me o mundo que aterrou no meu peito e me aperta. Gosto dos silencios que me conheces, que te conheço.
Silencio e ausencia. Não estás nos rostos que perscruto em busca dos teus traços, dos teus sorrisos, dos teus olhos. Não estás nos locais onde estás sempre e que sabes que te vou procurar. Estás onde não deverias, na minha mente, nos meus sonhos que são pesadelos quando acordo. Odeio-te por me largares a realidade em cima, odeio-te por não me deixares repousar os olhos nos teus e descansar desta espera, dos dias grandes. Gosto-te todos os dias em que quase me esqueço de ti, em que sorrio quando me surges aos olhos, aos ouvidos, ao cheiro, em delirios da mente inquienta. Gosto-te.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

regresso

Os kms diminuiram, mas a distancia aumentou. A 6 mil Km tinha mais atenção da tua parte do que agora, a pouco mais de 70.

Estás de volta... mas ficaste ainda mais longe. E eu fui é tua procura, querendo acreditar que darias um passo na minha direcção. Mas não foi isso que encontrei... não encontrei nada, nem um vestigio teu.
I'm tired of waitting, but i can't walk away....

quarta-feira, 14 de abril de 2010

when we're both cats

I will tell you in another life, when we're both cats....
Provavelmente uma das mais sábias e marcantes frases que ja ouvi. Porque? Não sei. Talvez porque sou uma pessoa de gatos (pretos e de feitio dificil) e porque tenho demasiado a dizer-te, tanto que esta vida não é suficiente. Os gatos, tal como os animais em geral falam entre si  numa lingua propria, mas têm a particularidade de falarem também com silencios. Com os seus olhos transparentes. Eu gosto de silencios. E de olhos transparentes.
Gosto das conversas sem palavras, dos silencios confortáveis. Não ha nada mais intimo entre duas pessoas do que um silencio. Quando se chega a um ponto em que os silencios são confortáveis e cheios de palavras, de sentidos, são leves aconchegantes, é o máximo de proximidade que se tem com o outro. Tal como com um gato, quando, sem fazer qualquer manifestação sonora se chegam a nós, e pata ante pata, se instalam enroscados no colo.
Estou a perder os silencios confortáveis que tinha. As palavras saem para completar o espaço entre mim e as pessoas quando não tenho nada para lhes dizer, mas no entanto, o silencio é-nos pesado. Por isso, falamos, vazios de impostancia e significancia.
Fazem-me falta os silencios leves.
Fazem-me falta os nossos silencios. Em que as estrelas e a brisa da tua serra embalavam o que não era dito, mas entendido, com os outros quatro sentidos, porque a tua voz se ouvia (e ouve) na minha mente com maior clareza do que seria recebida pelos meus ouvidos. Silencios em que tudo fazia sentido.
When we're both cats...os silencios voltam a ser nossos.
When we're both cats... when i stop feeling like a stray...